A doença falciforme (DF) é uma condição hereditária determinada pela presença de dois alelos mutados (homozigose) do gene codificante da hemoglobina A (HbA), que devido a essa mutação expressa a hemoglobina S (HbS, do inglês sickle = foice) e proporciona deformidade da hemácia. Essa hemácia deformada ocasiona dores agudas entre outras alterações sanguíneas. Além disso, os órgãos responsáveis pela hemólise (baço e fígado) percebem a alteração dessas células e as destroem precocemente, o que pode gerar quadros de icterícia ( pessoa fica com a pele amarela) anêmicos e até mesmo aplasia de medula óssea.
A gestação necessita de acompanhamento médico específico por apresentar riscos para gestante e feto, dentre eles: anemia, pré-eclâmpsia (5 vezes mais graves em gestantes com DF), infecções urinárias e respiratórias, síndrome torácica aguda, restrição do desenvolvimento fetal, descolamento precoce de placenta, aborto espontâneo, parto pré termo, sofrimento fetal no trabalho de parto e no parto, risco de morte da pessoa gestante e perinatal e infecções congênitas.
O acompanhamento pré natal deve ser realizado em centro de referência com hematologista, obstetra, psicólogo e dentista. Na primeira consulta, serão explorados fatores de risco de exacerbação do quadro de Doença Falciforme e de comprometimento fetal como uso de drogas, hipertensão arterial e insuficiência renal. O parto vaginal é desejável e, durante o trabalho de parto e parto, os sinais vitais da gestante e do feto devem ser monitorados constantemente.
Texto produzido pela afilhada @nathaliaarndt
Dra. Larissa Cassiano
Ginecologista e Obstetra
CRM- SP: 156.886 RQE: 65997
